Parece que alguns feriados vão acabar. Dois ditos civis e dois ditos religiosos. Sobre estas definições pouco correctas, nem vale a pena falar. Num país que se diz laico, feriado é feriado, ponto final, não há civil nem religioso. Se existem feriados cuja origem tem um significado religioso, existem; e se isso é contraditório, claro que é. Mas de contradições vive este país.
Os dois feriados ditos civis alegadamente escolhidos para a forca são o 1º de Dezembro e o 5 de Outubro.
Ao acabar com o 1º de Dezembro, "dia da restauração da independência", o único problema é virem tarde. Sim, por muito que os nacionalistas e anti-espanhóis arranquem as vestes, Portugal nunca perdeu a independência. Filipe II era o legítimo sucessor ao trono, e isso é coisa que se descobre a ler qualquer livro minimamente credível de história de Portugal. Havia um António, mas era bastardo; havia uma Catarina, mas era mulher (e por muito que, como feminista, isso não me agrade, como historiadora tenho de saber não ser anacrónica); Filipe era o candidato mais viável. o 1º de Dezembro de 1640 foi na realidade uma usurpação do trono por um grupo de aristocratas descontentes, porque lhes tinham tirado o poder.
O que me deixa com uns certos comichões, é porque é que os nacionalistas (incluindo monárquicos) estão tão chateados com o fim do 1º de Dezembro, mas não parecem nada preocupados com o fim do 5 de Outubro. Que, para quem não saiba, tem uma significado muito mais profundo do que a implantação da república. É, ele sim, o dia da independência portuguesa: a 5 de Outubro de 1143 foi assinado o Tratado de Zamora, pelo qual Portugal se tornava um reino independente de Espanha, tendo como soberano D. Afonso Henriques.
Tirarem ou não os feriados interessa-me tanto como coisa nenhuma. Mas que ao menos saibam ser rigorosos quando se trata de História.
Os dois feriados ditos civis alegadamente escolhidos para a forca são o 1º de Dezembro e o 5 de Outubro.
Ao acabar com o 1º de Dezembro, "dia da restauração da independência", o único problema é virem tarde. Sim, por muito que os nacionalistas e anti-espanhóis arranquem as vestes, Portugal nunca perdeu a independência. Filipe II era o legítimo sucessor ao trono, e isso é coisa que se descobre a ler qualquer livro minimamente credível de história de Portugal. Havia um António, mas era bastardo; havia uma Catarina, mas era mulher (e por muito que, como feminista, isso não me agrade, como historiadora tenho de saber não ser anacrónica); Filipe era o candidato mais viável. o 1º de Dezembro de 1640 foi na realidade uma usurpação do trono por um grupo de aristocratas descontentes, porque lhes tinham tirado o poder.
O que me deixa com uns certos comichões, é porque é que os nacionalistas (incluindo monárquicos) estão tão chateados com o fim do 1º de Dezembro, mas não parecem nada preocupados com o fim do 5 de Outubro. Que, para quem não saiba, tem uma significado muito mais profundo do que a implantação da república. É, ele sim, o dia da independência portuguesa: a 5 de Outubro de 1143 foi assinado o Tratado de Zamora, pelo qual Portugal se tornava um reino independente de Espanha, tendo como soberano D. Afonso Henriques.
Tirarem ou não os feriados interessa-me tanto como coisa nenhuma. Mas que ao menos saibam ser rigorosos quando se trata de História.
5 comentários:
Pois, factos são factos! Por acaso também nunca percebi bem a fixação que os monárquicos e nacionalistas têm com o 1 de Dezembro. Ignorância, é só esse o problema...
Honestamente, também estranhei o "corte" do feriado de 5 de Outubro..(enfim)
Mas, para ser ainda mais franca, como as coisas estão ainda "cortam" também o 25 de Dezembro, o 1º de Janeiro... Aí é que o povo se revoltava (finalmente).
Nikkita, duvido que cortem esses dois feriados, porque são altamente rentáveis a nível económico. O Natal é a melhor desculpa alguma vez inventada para o consumismo irracional. A passagem de ano (apesar de o 1 de Janeiro ser um feriado religioso, coisa que a maior parte das pessoas ignora, no fundo é, para a grande maioria da população, o dia da ressaca depois da passagem de ano) move muitos dinheiros em festas, fogos de artificio, álcool, hóteis e afins, e na restauração no dia 1 propriamente dito, porque muita gente não está para cozinhar "mal o ano começa". Custa-me mais a entender que mantenham feriados como o pseudo-feriado do Carnaval, ou o pseudo-feriado de Todos os Santos,já para não falar do 1 de Maio, que é uma coisa tão pouco inteligente como o dia da mulher
@ Nightcrawler
Estava apenas a ser irónica, visto que também não acredito que o façam. ;)
Quanto ao Carnaval, tal como o 1 de Maio, concordo plenamente contigo. Mas parece-me que não seguem particularmente nenhum raciocínio lógico para escolher uns e não outros.. Terá algo a ver com o facto de serem uns mais rentáveis, como dizes?
A última medida do governo, sobre a tolerância de ponto no carnaval, põe um tanto em causa a ideia da rentabilidade. E torna tudo um pouco mais confuso. Enfim...
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