17.2.11

Vai-se a ver, e qualquer dia ser contra a violência doméstica também é uma questão ideológica...



Esta frase é todo um programa. Dois núcleos integrados no Ministério da Educação, do Estado Português, de um país onde vigora uma constituição que proíbe, no seu artigo 13º, a discriminação em função da orientação sexual, decidiram que lançar uma campanha contra a homofobia com cartazes onde se apela às boas relações entre jovens, independentemente da sua sexualidade, era uma questão ideológica. Claro que é. Aliás, toda a gente sabe que a esquerda em Portugal quer que toda a população venha a ser gay. Que na verdade, só defendem a luta contra a homofobia aqueles que são de extrema-extreminha-esquerda, porque o resto das pessoas tem mais com que se preocupar do que com essas mariquices.
Não é de admirar que a sociedade portuguesa seja a desilusão que muitas vezes é, se o Estado continua a achar que defender direitos humanos é uma questão ideológica.

4.2.11

A culpa é do governo, claro...

Muito se tem falado ultimamente de escolas, públicas e privadas, de ensino, de professores e alunos. Tenho visto textos e comentários de todo o tipo de pessoas, a maior parte das quais foi aluno há dezenas de anos, não põe os pés numa escola desde miúdo. A verdade é que muitas das pessoas que por aí andam a mandar bitaites, não fazem ideia o que é uma escola actualmente.

Também não entendo bem a questão das escolas públicas e privadas, porque me parece que há pontos mal explicados. Se o Estado subsidia escolas privadas para receber alunos gratuitamente, parte-se do princípio que as públicas da área têm excesso de alunos. Pude confirmar o contrário na minha região. No concelho em que vivo, existe uma escola secundária pública e duas privadas com contrato com o Estado. A secundária pública está tão, ou tão pouco, cheia que se tornou o centro de novas oportunidades.

Mas não é isto o que me interessa para já. É o ensino, mas na vertente professores. Eu tive bons professores. Tive, aliás, óptimos professores. Só que foram poucos. Se calhar foi azar meu. Mas estranho, não andava em escolas especialmente problemáticas, em zonas complicadas, não havia mau ambiente. Nada justificava que tantos dos professores que tive agissem como se fossem obrigados a estar naquela profissão.

A verdade é que uma boa parte dos professores parecem não compreender a importância da sua profissão: eles formam mentes, passam conhecimentos, têm a oportunidade de tornar futuros cidadãos em pessoas melhores, mais preparadas, mais fortes, mais correctas. Ser professor não deve ser fácil, e seguir essa profissão não deveria ser uma decisão que se tomasse de ânimo leve (há muitos anos que sei que não tenho capacidade de ser professora dos ensinos básico e secundário, mas continuo a sonhar com o ensino superior). Mas muitos professores que actualmente estão em funções tomaram essa decisão de ânimo leve. E agora são desatentos, pouco competentes, por vezes até mal educados, parecem estar ali a fazer um frete.

Se não tinham capacidade para aguentar tudo aquilo que a profissão implica, não tivessem seguido esse caminho. Mas se agora estão nele, esforcem-se para ser competentes, porque existem muitos alunos a tornar-se adultos burros por sua causa.