Eu não sou católica, apesar de ser baptizada. Não sou, e acho que nunca fui. Não tenho fé em qualquer deus, e ponho em causa a sua existência. Sou agnóstica ateísta, para arranjar um rótulo. Mas admiro muito as pessoas que têm fé, seja ela qual for; invejo-as mesmo.
Mas nunca consegui entender a parte material, seja da Igreja Católica, seja de outras. O porquê da existência de uma hierarquia, de locais de culto tão luxuosos, o porquê de fortunas enormes, de poder institucional e financeiro tão grande que nem se sabe a sua total dimensão. Se é a fé que salva, então para que é que serva a riqueza?
E depois há tudo o resto. Os séculos de maus tratos e tortura a quem não partilhava as mesmas convicções. A Inquisição, o domínio do homem sobre a mulher, a defesa dos ideais da pobreza, do sofrimento, da dor. Perdoem-me, mas eu acho que toda a gente devia ser feliz.
E agora vem a público o que já se sabia há tantos anos. Eu sempre ouvi falar de padres que tinham um especial gosto por crianças pequenas. Nunca conheci casos pessoalmente, mas tenho a sensação de que era algo socialmente aceite. Agora as denúncias sucedem-se, tanto no estrangeiro como em Portugal.
Qual seria a melhor atitude a tomar pela instituição? Na minha humilde opinião, pedir desculpa. Pedir muitas desculpas por todo o mal que fizeram a essas crianças. Pedir desculpa por terem encoberto milhares de crimes de abuso sexual. Mas o que é que a instituição decidiu fazer? Dizer que se trata de uma conspiração para tirar poder ao Papa e à Igreja. Melhor ainda, o cardeal português José Saraiva Martins, que é só um dos membros da Igreja com mais poder, diz o seguinte: "É um pretexto para atacar a Igreja. Não devemos ficar demasiado escandalizados se alguns bispos sabiam e mantiveram o segredo. É isso que acontece em todas as famílias. Não se lava a roupa suja em público". Com que então não devemos ficar escandalizados perante o encobrimento de milheres de abusos sexuais. Não devemos ficar escandalizados perante o sofrimento infligido a milhares de crianças, muitas com graves problemas financeiros, que dependiam totalmente da Igreja Católica.
Esta instituição espera ser respeitada. Espera que a sociedade civil acate as suas ordens como se fossem cordeirinhos, em assuntos tão importantes como o uso do preservativo, o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, a emancipação da mulher. Mas esta instituição nunca respeitou ninguém, nem parece estar agora a começar a fazê-lo.
Mas nunca consegui entender a parte material, seja da Igreja Católica, seja de outras. O porquê da existência de uma hierarquia, de locais de culto tão luxuosos, o porquê de fortunas enormes, de poder institucional e financeiro tão grande que nem se sabe a sua total dimensão. Se é a fé que salva, então para que é que serva a riqueza?
E depois há tudo o resto. Os séculos de maus tratos e tortura a quem não partilhava as mesmas convicções. A Inquisição, o domínio do homem sobre a mulher, a defesa dos ideais da pobreza, do sofrimento, da dor. Perdoem-me, mas eu acho que toda a gente devia ser feliz.
E agora vem a público o que já se sabia há tantos anos. Eu sempre ouvi falar de padres que tinham um especial gosto por crianças pequenas. Nunca conheci casos pessoalmente, mas tenho a sensação de que era algo socialmente aceite. Agora as denúncias sucedem-se, tanto no estrangeiro como em Portugal.
Qual seria a melhor atitude a tomar pela instituição? Na minha humilde opinião, pedir desculpa. Pedir muitas desculpas por todo o mal que fizeram a essas crianças. Pedir desculpa por terem encoberto milhares de crimes de abuso sexual. Mas o que é que a instituição decidiu fazer? Dizer que se trata de uma conspiração para tirar poder ao Papa e à Igreja. Melhor ainda, o cardeal português José Saraiva Martins, que é só um dos membros da Igreja com mais poder, diz o seguinte: "É um pretexto para atacar a Igreja. Não devemos ficar demasiado escandalizados se alguns bispos sabiam e mantiveram o segredo. É isso que acontece em todas as famílias. Não se lava a roupa suja em público". Com que então não devemos ficar escandalizados perante o encobrimento de milheres de abusos sexuais. Não devemos ficar escandalizados perante o sofrimento infligido a milhares de crianças, muitas com graves problemas financeiros, que dependiam totalmente da Igreja Católica.
Esta instituição espera ser respeitada. Espera que a sociedade civil acate as suas ordens como se fossem cordeirinhos, em assuntos tão importantes como o uso do preservativo, o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, a emancipação da mulher. Mas esta instituição nunca respeitou ninguém, nem parece estar agora a começar a fazê-lo.