2.6.11

Ouvi dizer que o país estava em crise. À beira da bancarrota. Mas eles preferem discutir palermices...

Faltam poucos dias para as eleições. Parece que depois de 5 de Junho vai mudar tudo. Portugal vai receber milhões de euros, o novo governo vai ser completamente diferente de todos os anteriores, e o país vai emergir da escuridão para onde se atirou a si próprio nas últimas décadas. Ou da escuridão de onde nem o 25 de Abril o tirou.
Ouço os principais líderes partidários apelarem ao voto útil. Não ao voto naquilo em que os cidadãos acreditam. Não o voto nas propostas que lhes parecem melhores, impossível de fazer, porque as propostas não foram apresentadas, a única coisa que se ouviu em semanas (meses?) de campanha foram críticas pessoais. Não, zé povinho, não votes no partido cujos princípios têm mais a ver com os teus. Não. Tens de votar onde dá jeito. Votar neste para aquele não ganhar.
Depois ouço os mesmos líderes partidários (os 5 da vida airada) defender que não se pode fazer críticas em comícios partidários. Claro que não. Julgam que vivemos numa democracia ou quê? Se vão ao comício é para dizer que aquele partido é bom, que é óptimo, que é maravilhoso, e para receber beijinhos do político peganhento que por lá anda. Os 5 da vida airada vão acabar esta campanha com uma bela infecção cutânea, de tanto beijinho têm dado.
E, se calhar, o que mais interessa perguntar neste momento é "de que é que vale?". Não me surpreende que haja uma abstenção gigantesca. Poucos acreditam que um daqueles 5 da vida airada faça alguma coisa de jeito quando chegar ao poder.
Mas não pensem que vou ficar em casa nesse dia. Não concordo com nenhum dos líderes. Não concordo com nenhum dos partidos. Não concordo com esta sociedade ou este país. Mas não fico calada.

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