1.12.09

"Queguida, vou dague uma entguevista, a menina tem de legue, só vou dizegue coisas espeguetas"

Às vezes tenho a nítida sensação de ser uma pessoa bastante estúpida, porque leio ou ouço coisas e simplesmente não as entendo. Hoje aconteceu isso. Vi este título: D. Duarte favorável a figura legal para união de casais homossexuais , e sinceramente não entendi. Não consigo perceber o que raio é que o senhor Duarte (os monárquicos fanáticos podem exaltar-se à vontade, mas a monarquia acabou e eu não trato ninguém por Dom) tem a ver com o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
A notícia, felizmente, é curta, porque se fosse longa até me dava dores aguentar tanta parvoíce junta. Fiz o esforço de ler e o que é que eu vi? As ideias bacocas do costume. A primeira coisa que me faz comichões é dizerem que ele é "o herdeiro do trono português". E pior do que isso é o senhor acreditar realmente que é mesmo herdeiro. Ora bem, o senhor é primo em sexto grau do último rei de Portugal, que foi destronado vai fazer 100 anos. Para mim esta frase diz tudo. Ele não só é primo num grau tão afastado que eu nem sabia que existia, como se reivindica herdeiro de um trono que acabou há 100 anos. É preciso ser muito ceguinho para não ver que anda à caça de gambuzinos. Mas pronto.
Depois o senhor debita as tretas do costume, que o casamento é "um conceito que foi desenvolvido durante milhares de anos", que serve para "proteger os filhos" (eu adoro que digam isto e depois dêem de caras com milhares de casais neste país e no mundo que escolheram não ter filhos), parvoíces assim.
Isto tudo para chegar à conclusão de que "deveria haver uma outra figura legal". Podem casar-se, desde que não se chame casamento. E com isto voltamos à história do piaçaba, e ao meu sonho recorrente de pedir a minha namorada "em piaçaba". Ou em semáforo. Ou em vrrnhec. Tanto faz. Desde que não se chame casamento.
Eu gostava que esta gentinha que não tem, obviamente, nada para fazer, se metesse nas suas vidinhas tristes e resignadas e deixasse de tentar destruir a felicidade dos outros. Porque eu não fiz mal a ninguém para ter de viver num mundo onde não sou respeitada.

Sem comentários: