Do tempo perdido para te ver chegar
aos versos exactos dos poemas tão teus
da morte que nos encontra em qualquer lugar
ao tempo que não tenho para dizer adeus
Da amargura dos dias lentos que não passam
ao cansaço das noites que não adormecem
de todos os amantes que não nos abraçam
aos abraços que se dão e nunca se esquecem
Do corpo despido à nudez que se demora
do fascínio do sol à noite mais escura
sessenta minutos que não são uma hora
quando coisa nenhuma é a coisa mais pura
De uma dor que dentro de mim continua a arder
de outra dor por não te ter agarrado na mão
ao que tu me deste e eu não podia receber
ao que eu não te dei para te dar o coração
pequena e humilde homenagem a David Mourão-Ferreira (1927-1996)
26.8.09
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