21.10.09

Crente praticante, crente não praticante, mas o que raio é que isso interessa?

Nos últimos dias, devido, em parte, à questão das declarações de José Saramago, e em parte a algumas aulas que tenho tido (para que melhor se entenda, uma das cadeiras que tenho este semestre é História e Civilização do Islão), tenho ouvido várias vezes os conceitos de católico, crente e praticante. E acho uma piada doida a essa noção de católico praticante.
Para começar porque o cristianismo católico é a única vertente de uma religião em que se põe a questão de ser ou não praticante. No Islão, ou é-se muçulmano ou não. Os judeus são judeus tanto pela fé como pela herança cultural. Os cristãos protestantes o mesmo. Mas os cristãos católicos têm essa ideia, para mim sem sentido, de que se pode ser crente sem ser praticante. Do meu muito humilde ponto de vista, o que interessa é que se tenha fé nessa religião. Agora seguir ou não todos os rituais, isso é uma questão de sentido prático, que para mim não tem necessariamente a ver com a fé.
E outra coisa que me dá nervos. "Sou católico porque me baptizaram". Essa não me entra. Que eu saiba pertence-se a uma religião por fé, não por tomar banho numa pia baptismal. Eu fui baptizada, porque os meus pais quiseram, fiz a primeira comunhão, porque os meus pais quiseram, e não é por isso que sou católica, ou sequer cristã. Devo andar mesmo perdida, porque me parece que muita gente diz pertencer a uma religião como diria que vai ali comprar tabaco. Ou então sou eu que ando com princípios muito rígidos.

1 comentário:

Rita disse...

Católico por que se é baptizado... isso é mais ou menos que torcer pelo porto mas dizer que se é do sporting porque quando eramos garotos de fralda o nosso pai nos fez um cartão de sócio, não é?