Há um programa na TVI, cujo nome desconheço, onde crianças vão mostrar os seus talentos. Antes iam cantar, agora fazem outras coisas, como tocar instrumentos musicais. Calhei a assistir à apresentação de uma rapariga de 14 anos a tocar bateria; a miúda tinha um jeito fantástico para aquilo. Depois de tocar uma música, foi falar com os apresentadores, Manuel Luís Goucha e Júlia Pinheiro. E a Júlia Pinheiro, esse poço de sabedoria, faz o seguinte comentário: "Mas isto [tocar bateria] não é para meninas!". A rapariga, que felizmente era inteligente e despachada, perguntou logo porque é que não haveria de ser para raparigas. Mas eu fiquei a remoer a coisa. Não deveria de ser uma mulher como aquela, uma "figura pública", a apoiar o fim de certos preconceitos e falhas de mentalidade da sociedade? Pelos vistos não. Pelos vistos para ela as raparigas tocam piano e fazem bordados. Não tocam bateria, não, isso não é coisas de meninas. Caramba, esta gente enche a boca para falar da igualdade de direitos e do fim do preconceito e da discriminação, mas quando é altura de darem o exemplo falham sempre. Morre o peixe pela boca, já dizia a minha avó...
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1 comentário:
se eu fosse a menina dava com a baqueta na cabeça dessa senhora. enfim o que vale é que mesmo assim Portugal até tem algumas figuras públicas a tentar mudar mentalidades (ou então apenas se esforçam para ficarem bem na fotografia)
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