20.10.09

Qualquer dia dizem que o Papa é o anti-cristo. Tem piada, acho que já ouvi isso em algum lado... Ah, pois, foi na Idade Média.

O Saramago teve azar comigo. Tive de ler O Memorial do Convento no secundário, por obrigação, e aquilo não me caiu bem no estômago. Aqueles parágrafos de quatro páginas, aqueles diálogos vírgula isto vírgula aquilo vírgula aqueloutro, não faz o meu género. Li uns poemas soltos e até não era mau, bonito, romântico, tinha a sua poesia. E várias pessoas em cujos gostos literários confio dizem-me que escreveu coisas muito boas, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, O Ano da Morte de Ricardo Reis. Não sei, não li, mas acredito que sim.
Mas o senhor não precisava de vir dizer que a Bíblia é "um manual de maus costumes". Isso era desnecessário. Se ele não acredita, também não precisava de fazer as críticas que fez à Igreja Católica. Eu tenho cá as minhas opiniões sobre a Igreja, tenho as minhas crenças (ou a falta delas) e lido com isso à minha maneira. Mas respeito muito quem tem fé. Admiro mesmo essas pessoas, a fé dá-lhes uma segurança que eu nunca terei.
Há pessoas que com a idade julgam que podem dizer tudo o que lhes apetece. A minha avó sofre do mesmo. Mas a verdade é que não podem. Guardem as suas opiniões para si. Ninguém lhes perguntou nada.

2 comentários:

Rita disse...

Mas há conta disso olha a quantidade de gente que vai ler o livro só para poder dizer mal... :)
É uma excelente técnica de marketing! :)

nightcrawler disse...

Rita,
tens razão, enquanto campanha de marketing foi muito bem pensado, e vai ser muito rentável. Eu própria me sinto tentada a pôr de parte os rancores antigos e ler umas páginas da coisa. Felizmente tenho a lucidez de preferir gastar o meu dinheiro em livros bem melhores. Mas a atitude de Saramago foi, como já li por aí, um tiro no pé. É pena que escritores consagrados digam coisas destas.