12.12.10
Revista Crítica de Ciências Sociais, nº76, Estudos queer: identidades, contextos e acção colectiva
21.11.10
Não fazia ideia que o Atlântico Norte era tão grande que chegava à Grécia... e à República Checa... mas a República Checa nem tem mar!
Contras:
- uma tolerância de ponto que envergonha qualquer pessoa com um mínimo de responsabilidade cívica;
- constrangimentos na circulação rodoviária e pedonal, assim como de transportes públicos, não só no local da dita cimeira como em outros locais da cidade;
- reposição temporária das fronteiras e consequente falha no Acordo de Schengen, que é só um dos documentos que faz a União Europeia ter sentido. Ou seja, nestes dias, a União Europeia teve um país a menos;
- compra de material militar extremamente importante para este acontecimento que, ups!, não chegou a tempo. Como se não fosse mais que comum atrasos em Portugal;
- recusa de entrada no país de pessoas que tinham, e cito, roupa preta. Sim, ter roupa preta era justificação para não entrar no país. Eu estava lixada, tinha de ficar em Espanha à espera que isto acabasse;
- detenção de manifestantes porque estavam, e esta é mesmo de rir à gargalhada, a manifestar-se. Foram presos porque estavam a manifestar-se. A maior parte dos detidos era espanhol. Cheira-me à antiga rivalidade luso-espanhola.
Prós:
- chefes de Estado vieram a Portugal. Espera, qual é a vantagem disto? Não trouxeram turistas, logo não há dinheiro. Não vieram comprar nada, logo não há dinheiro. Hum, pelos vistos terem vindo não serviu de muito;
- vieram arranjar um "conceito estratégico". Achei a frase bonita. Fui informar-me. A única coisa que fizeram foi arranjar um conceito que justificasse as invasões de países alheios que têm feito nos últimos anos. Ah, espera, pensei que vinham modernizar a organização, afinal só vieram justificar as mortes que têm causado.
Agora somamos prós e contras... O resultado não me parece grande coisa... Parece que isto foi só uma desculpa para o governo português se exibir, dizendo que estava a receber chefes de Estado importantíssimos e a fazer uma coisa importantíssima. Mas na verdade...
15.11.10
Trabalhar para o Estado é que é: sem ordenado, sem contrato, assim é que se quer!
Eu não me esqueci do Centenário da República, a 5 de Outubro, nem podia esquecer. E tinha feito planos para falar da importância histórica desse dia (assim como dos que o precederam e dos que se seguiram). Mas para falar do 5 de Outubro, tinha de falar da forma como a actual república tratou aqueles que para ela trabalharam no âmbito das comemorações. E a verdade é que tinha medo de falar e não receber o ordenado.
COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA COM CONTRATAÇÕES ILEGAIS E PAGAMENTOS EM ATRASO
Contratos ilegais nas Comemorações do Centenário da República
Eu vi o pagamento hoje. Hoje, dia 15 de Novembro! 4 meses depois de ter começado a trabalhar. E estive a pontos de achar que não iria ver pagamento nenhum. A Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República tinha um orçamento de 10 milhões de euros, e foi incapaz de nos pagar a tempo e horas. É triste, muito triste mesmo, ver a forma como o Estado trata os seus trabalhadores. Como é que o Estado espera ser respeitado, se não respeita os seus próprios trabalhadores?
Ah, e a senhora Catarina Portas, que encheu a boca para dizer que os seus funcionários estavam a ser pagos, é uma mentirosa do pior, porque houve funcionários seus que só viram hoje o pagamento de há meses.
16.10.10
Possível extinção do Clube Safo
A situação é a seguinte: há cerca de 3 anos a direcção do Clube, por motivos vários, deixou de exercer, estando desde essa altura em gestão administrativa. Se até Março do próximo ano não aparecer uma lista que se candidate à direcção, o Clube será extinto.
Tendo em conta a importância que já teve no apoio a muitas mulheres devido à sua orientação sexual, mas também na participação no movimento de alteração de mentalidades que vem a ser feito na sociedade portuguesa, em especial nos últimos 10 anos, creio que esta associação não pode ser deixada ao abandono como está a acontecer. Porque apesar de ter havido uma vitória com a alteração da lei que permite o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, a verdade é que ainda existe um longo caminho a percorrer, que não pode ser feito sem a existência destes colectivos de apoio.
Venho por isso espalhar a informação, na esperança de que algumas pessoas possam unir-se no esforço de dar uma nova vida a esta associação. Se houver alguém interessado, que fique atento às informações que irão ser disponibilizadas no site da associação Clube Safo.
21.7.10
Publicidade institucional (e já agora, "puxando a brasa à minha sardinha"...)
A entrada é gratuita, localiza-se no Torreão Poente do Terreiro do Paço (do lado do Ministério da Agricultura), e está aberta todos os dias das 10h00 às 18h00. Excepcionalmente no dia da inauguração vai estar aberta até às 22h00; nos dias 5 e 12 de Agosto, em parceria com o Festival dos Oceanos, as exposições do Centenário da República estarão abertas até às 24h00.
Actualização: Na altura esqueci-me, mas não quero deixar de referir a exposição Viajar. Viajantes e turistas à descoberta de Portugal no tempo da I República, a decorrer no Torreão Nascente do Terreiro do Paço, com os mesmos horários que a anterior.
15.7.10
"Parece que até existem vários países no continente africano... Pensava que era só uma massa de gente esfomeada... E alguns até são ricos*!"
Este prólogo vem para explicar a minha opinião, de uma forma muito geral, sobre um caso particular, as atitudes nacionalistas, e mais precisamente, a música que foi utilizada como “hino” do Campeonato Mundial de Futebol de 2010, realizado na África do Sul. Faço já a minha declaração de interesses: sou anti-nacionalista, por princípio ético e ideologia política, seja o nacionalismo extremista xenófobo de “esses estrangeiros deviam era ir para a terra deles em vez de estar cá a roubar”, seja o nacionalismo de “todos os cidadãos têm de gostar da selecção nacional”. Mas reforço a ideia de que se deve ser competente em tudo o que se faz ou é, seja isso bom ou mau.
Depois de alguma pesquisa descobri que a música em questão foi, originalmente, uma marcha de homenagem aos soldados do exército dos Camarões que participaram na Segunda Guerra Mundial, chamada Zangaléwa, e também conhecida como Zamina mina, interpretada pelo grupo Golden Sounds, eles próprios membros do exército dos Camarões. Era cantada na língua fang, da África Central, e numa tradução muito mal feita podia ser vista como uma música de incentivo.
E o que é que a organização do Mundial decidiu fazer (aqui fiquei sem saber se esta decisão foi tomada pela organização da África do Sul ou pelo comité da FIFA)? Utilizar uma marcha do exército dos Camarões, mudar a letra para inglês (também existe uma versão em espanhol) e terminar com uma cantora colombiana. Onde é que encontramos a África do Sul aqui no meio? Não encontramos, porque infelizmente existe aquela visão paternalista que a grande maioria dos europeus e norte-americanos tem do continente africano: são um conjunto homogéneo de coitadinhos, caçadores recolectores que ainda vivem em cabanas e precisam de ser civilizados. Podemos representar a África do Sul, usando uma música dos Camarões, que são na outra ponta do continente, cantada em inglês, a língua do país que os dominou e humilhou durante séculos, e cantada por uma colombiana, que caiu ali do nada.
Tendo em conta o nacionalismo que existe na África do Sul, e que é muito forte, seja o nacionalismo dos indígenas africanos ou o nacionalismo dos afrikaners descendentes dos colonizadores mais tardios, seria de exigir, no mínimo, que fossem capazes de defender as raízes culturais do país em que vivem, ou seja, que fossem competentes até na pior das coisas.
1.7.10
"É que uma pessoa pode viver bem sem comer, agora sem a vinhaça e a cigarrada é que não!"
29.6.10
"Estamos hablando de futebol, coño de um raio!"
27.6.10
Como dizia o outro, prognósticos só depois do jogo
24.6.10
Petição contra o encerramento da Biblioteca Nacional
19.6.10
Marcha Orgulho LGBT 2010
E pronto, mais uma marcha que passou. Desta vez foi melhor, porque eramos mais, e porque além de lutar estávamos também a celebrar os direitos que hoje nos são garantidos. Mas falta muito, falta mudar leis, falta mudar mentalidades. Falta, como disse um dos representantes das associações presentes, termos orgulho todos os dias e não só uma vez por ano.
12.6.10
7.6.10
Venham moralistas e beatas, abomináveis homens das neves e isildas pegados, o que interessa é que somos felizes.
31.5.10
Para o mês acabar bem :)
Objecto
A presente lei permite o casamento civil entre pessoas
do mesmo sexo.
17.5.10
17 de Maio de 2010. Um dia que vai ficar para a História :)
O Presidente lá esperneou, deu a sua opinião, mas promulgou. E é só isso que interessa.
Dia Internacional Contra a Homofobia
Coincidência ou não, o Presidente da República fará uma declaração sobre o diploma da Assembleia da República que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo hoje, pelas 20:15 horas, no Palácio de Belém. Esperemos que as suas palavras sejam tão positivas como a dignidade deste dia merece.
E não menos importante, um dia que pode vir a ser memorável para a sociedade portuguesa, é já memorável para mim, por te ter ao meu lado há 13 meses. Obrigado por cada dia que passou, e por cada dia que virá. :)
11.5.10
Parece que se passa alguma coisa de estranho em Lisboa. Deve ser por o Benfica ter ganho o campeonato.
- polícias nas ruas e nas estações de metro, a ver as pessoas a passar;
- trânsito rodoviário e metro cortados durante o percurso do papa pelas ruas de Lisboa, e com falhas o resto do dia;
- estacionamento proibido ontem, hoje e amanhã, nas ruas que fazem parte do percurso do papa;
- ruas lavadas e desinfectadas (coisa que nunca tinha acontecido nesta cidade, por motivo algum, e que me parece uma falta de respeito para com os seus habitantes) no percurso do papa;
- caixotes do lixo retirados das ruas e caixotes do lixo das estações de metro selados (quem tiver lixo, que atire para o chão);
- autocarros da Carris (empresa do Estado) com bandeirinhas com o símbolo papal e com a frase "Carris saúda Bento XVI".
Alguém se recorda de coisas destas nas visitas de chefes de Estado como, deixa ver, Bill Clinton ou Vladimir Putin? O que é que Bento XVI é a mais que eles? Nada, pelo contrário, tem muito menos poder.
25.4.10
18.4.10
16.4.10
Eyjafjallajoekull? Só mesmo uma coisa com esse nome para me chatear...
13.4.10
E não só são os culpados da pedofilia de alguns padres, como também são culpados do sismo no Haiti e das cheias na Madeira. E do aquecimento global.
É a homossexualidade e não o celibato dos padres que o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, relaciona com a pedofilia e com os casos de abusos no seio da Igreja Católica.
"Muitos psicólogos e psiquiatras demonstraram que não há relação entre o celibato dos padres e a pedofilia, mas muitos outros demonstraram, e disseram-me recentemente, que há uma relação entre homossexualidade e pedofilia”, afirmou Bertone.
Pois, tinha que haver mais um tiro no pé. Primeiro dizem que a pedofilia é um assunto comum dentro das famílias e que devem ser elas a resolvê-lo, o que é só desculpar os milhões de casos de pedofilia que acontecem desde sempre. Depois dizem que a exposição dos casos de pedofilia por parte de alguns padres é um ataque à igreja e comparam-no ao sofrimento dos judeus. Depois, ainda, dizem que a culpa é dos ateus, que estão a destruir o mundo com a sua incapacidade de acreditar em coisas que não podem ser provadas. E agora isto.
Pois, os homossexuais devem ser todos uns pedófilos desbragados, sem noção de nada. Os homossexuais, que nunca foram maltratados nem vítimas de insultos e agressões. Os homossexuais, que nem andam há decadas a lutar para terem o direito mais básico que deveria ser garantido a todos os seres humanos, o direito à felicidade.
Claro, são sem dúvida os homossexuais os culpados disto tudo. Disto e de todos os males que acontecem à face do planeta.
8.4.10
Mais um passo, só mais um.
De acordo com declarações do presidente do Tribunal Constitucional, dos treze juízes conselheiros, apenas dois votaram contra. Segundo Rui Moura Ramos, entre os onze juízes conselheiros do Palácio Ratton que votaram a favor, três consideraram obrigatório o reconhecimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo, enquanto os restantes oito julgam que a Constituição não obriga nem o proíbe.
Não, Senhor Cavaco, não é inconstitucional. Não, senhores conservadores moralistas de meia-tijela, não podem continuar a estragar-nos a vida. Nós temos o direito de ser felizes, quer vocês gostem disso ou não.
7.4.10
E eu que achava que os livros da Margarida Rebelo Pinto eram maus...
Depois disso veio tudo o que era possível sobre vampiros: contos, contos de autores portugueses, romances, ensaios, livros de gastronomia vampírica, talvez. O coitado do Dráculo do Bram Stoker deve andar aos tombos no túmulo, de dor.
Viagens na minha terra com vampiros!! Sim, o livro de Almeida Garret, que deviamos ler na escola, mas em versão vampiro sanguinário apaixonado por rapariga frágil! Por favor, digam que isto é só um pesadelo. Como é que é possível chegar tão baixo? Tenho pena, tenho quase vergonha, da literatura que se faz neste país.
30.3.10
"Não se pode isto, não se pode aquilo, ai a moral e os bons costumes. Mas afinal parece que somos os piores."
Mas nunca consegui entender a parte material, seja da Igreja Católica, seja de outras. O porquê da existência de uma hierarquia, de locais de culto tão luxuosos, o porquê de fortunas enormes, de poder institucional e financeiro tão grande que nem se sabe a sua total dimensão. Se é a fé que salva, então para que é que serva a riqueza?
E depois há tudo o resto. Os séculos de maus tratos e tortura a quem não partilhava as mesmas convicções. A Inquisição, o domínio do homem sobre a mulher, a defesa dos ideais da pobreza, do sofrimento, da dor. Perdoem-me, mas eu acho que toda a gente devia ser feliz.
E agora vem a público o que já se sabia há tantos anos. Eu sempre ouvi falar de padres que tinham um especial gosto por crianças pequenas. Nunca conheci casos pessoalmente, mas tenho a sensação de que era algo socialmente aceite. Agora as denúncias sucedem-se, tanto no estrangeiro como em Portugal.
Qual seria a melhor atitude a tomar pela instituição? Na minha humilde opinião, pedir desculpa. Pedir muitas desculpas por todo o mal que fizeram a essas crianças. Pedir desculpa por terem encoberto milhares de crimes de abuso sexual. Mas o que é que a instituição decidiu fazer? Dizer que se trata de uma conspiração para tirar poder ao Papa e à Igreja. Melhor ainda, o cardeal português José Saraiva Martins, que é só um dos membros da Igreja com mais poder, diz o seguinte: "É um pretexto para atacar a Igreja. Não devemos ficar demasiado escandalizados se alguns bispos sabiam e mantiveram o segredo. É isso que acontece em todas as famílias. Não se lava a roupa suja em público". Com que então não devemos ficar escandalizados perante o encobrimento de milheres de abusos sexuais. Não devemos ficar escandalizados perante o sofrimento infligido a milhares de crianças, muitas com graves problemas financeiros, que dependiam totalmente da Igreja Católica.
Esta instituição espera ser respeitada. Espera que a sociedade civil acate as suas ordens como se fossem cordeirinhos, em assuntos tão importantes como o uso do preservativo, o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, a emancipação da mulher. Mas esta instituição nunca respeitou ninguém, nem parece estar agora a começar a fazê-lo.
8.3.10
Dia da Internacional da Mulher (ou, devo dizer, o único dia em que as mulheres são seres humanos)
25.2.10
Although everything they might say, I will still marry you
(clicar na imagem para ver melhor)
21.2.10
19.2.10
If we give gay people equal rights, then everyone will want them.
Pelos vistos uns senhores e umas senhoras com problemas de homofobia disfarçada vão fazer uma manifestação contra a alteração da lei, defendendo que "o casamento é entre um Homem e uma Mulher" (com evidente direito do homem para bater na mulher sempre que o Benfica perder; esta época a situação tem estado favorável para as mulheres).
Ps.: a título de curiosidade, à mesma hora dessa infeliz manifestação, vai ser feita uma contra-manifestação, com o nome genial de "Bichas pela Liberdade".
14.2.10
Invictus
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.
In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.
Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.
It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul."
William Ernest Henley, Book of Verses
10.2.10
Um dia de cada vez
Na mesma altura vi este vídeo, de uma nova campanha da ILGA. E gostei.
8.2.10
"Então não é que o tipo que mora no 3º esquerdo disse ao telefone que a Manuela Ferreira Leite era uma bruxa?*
4.2.10
"Mas por acaso alguém sabe quem foi o último rei de Portugal? Pois, bem me parecia..."
3.2.10
"Pois é o seguinte, amigo, você pode bater na sua mulher como bem lhe apetecer, mas não a pode obrigar a usar a burqa, ok?"
Nos últimos tempos tenho visto uma série de textos, em blogues, jornais e quejandos, sobre a proibição do uso da burqa e do niqab em espaços públicos, na França. Faço já a minha declaração de intenções: eu sou contra o uso dos véus completos, mesmo que seja no contexto cultural do Islão, porque acho que é simplesmente estúpido cobrir uma mulher dos pés à cabeça para impedir os estranhos de olharem para ela (isso a mim dá-me é ainda mais curiosidade, mas pronto). Mas, mais ainda do que isso, eu defendo a liberdade de escolha, que é uma coisa que anda pelas ruas da amargura por estes dias. Aqui está um texto onde é defendida uma opinião parecida com a minha, mas muito mais bem fundamentada, claro.
Parece que o tempo na Madeira não anda bom. Deve ser Deus a castigar o Alberto João Jardim.
Um tipo decidiu tentar abalroar-me com o carro porque não gostou da forma como eu entrei numa rotunda. Adoro os condutores portugueses.
Já ninguém se lembra da gripe A, que parece que foi um flop nas bilheteiras, e já quase ninguém se lembra do terremoto no Haiti. Nem me lembro do que aconteceu antes. Agora falase do Orçamento de Estado, e do "caso Mário Crespo". Jornalismo de "o homem que mordeu o cão" é sempre bom.
O casamento entre pessoas do mesmo sexo continua em águas de bacalhau. Pode ser que lá para o natal se resolva.
O Vítor Constâncio, que ganha quase 20 mil euros todos os meses, diz que o IVA tem de aumentar. Ele que enfie o IVA e o salário no olho do cu, porque como já é de esperar não se lembra que quem vive com o salário mínimo nacional não concorda com essa ideia. Pensar nos pobres dá muito trabalho.
Afinal o défice não era de 5%, era de 9%. Economia para mim é chinês, mas soa-me a esquema para arranjar votos.
É por estas e por outras que eu não gosto de férias.
16.1.10
"O feminismo poderia libertar os homens, se as mulheres deixassem."
Na minha mente retorcida os homens servem para nos fazer perder tempo, quando nos perdemos nas estradas porque eles se recusam a pedir indicações, para deixar sempre a tampa da sanita levantada, e diversas outras actividades diárias profundamente inúteis. E a que vem isto tudo? Porque reli este texto da Inês Pedrosa, que já saiu há umas semanas, mas que me pareceu interessante. As feministas, na sua ânsia de igualdade, acabaram por, em parte, se isolar de muita coisa com a desculpa de serem "expressões primárias tomadas de empréstimo ao léxico masculino", para dar um exemplo. E sim, eu sei que a minha atitude é exactamente essa, essa ideia de completa exclusão, e que vou ter de trabalhar muito estes meus neurónios para fazer o caminho contrário. Talvez um dia. Para já, leiam o texto.
"Qual é exactamente o problema de uma criança ser adoptada por dois homens ou duas mulheres?" Nenhum.
"Rádio Blogue: Adopção por casais homossexuais
A nova lei do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo não inclui a possibilidade de adopção. A primeira consequência desta exclusão recai sobre os homossexuais que já adoptaram uma criança e que podem querer casar. O que poderá, então, acontecer aos casais do mesmo sexo que queiram contrair casamento, no caso de um dos cônjuges ter uma criança a seu cargo? Em declarações ao Público, o deputado José Lello afirmou que o PS admite «(…) ter de clarificar o texto, o que pode implicar dar um retoque na redacção do ponto dois do artigo referente à adopção para que não fique a ideia de que se vão coarctar direitos adquiridos». Ainda como noticia o Público, «[n]o referido ponto dois, ficou estabelecido que “nenhuma disposição legal em matéria de adopção pode ser interpretada em sentido contrário ao disposto no número anterior”, no qual se consagra que a nova lei veta a adopção “por pessoas casadas com cônjuge do mesmo sexo”.» O descontraído «retoque» proposto pelo PS, a ser concretizado, criaria uma nova situação de desigualdade incompreensível: teríamos casais homossexuais com crianças e outros proibidos de adoptar. Pouco depois das declarações de José Lello, o vice-presidente da bancada parlamentar socialista, Ricardo Rodrigues, afirmou o seguinte ao Diário de Notícias, no caso de a lei vir a ser chumbada pelo Tribunal Constitucional: «Actuaremos em função dessa eventual nova realidade». Isto significa que o PS vai deixar cair a lei ou vai tentar incorporar a adopção? A promessa de José Sócrates para o casamento homossexual não incluiu a adopção porque envolvia «uma terceira pessoa». Reflictamos, então, sobre o tão badalado «superior interesse da criança». Se a educação de uma criança depende de situações ditas ideais, os primeiros responsáveis pelo colapso da família são os casais heterossexuais. Quem não tem pai nem mãe merece ser condenado a uma vida numa instituição social? Qual é exactamente o problema de uma criança ser adoptada por dois homens ou duas mulheres? Como sabemos que um casal gay é menos competente na educação de uma criança que um casal heterossexual?".
13.1.10
Se tivesse ficado calado, se calhar fazia melhor figura...
11.1.10
"eu/ humilde e cansado piloto/ que só de te sonhar me morro de aflição"
Al Berto é o meu poeta, aquele poeta cujas palavras, por algum motivo, me tocam, de quem decorei versos de tanto os ler. Faria 62 anos hoje, se fosse vivo. Não tive a honra de o conhecer, e só descobri os seus textos depois de ter falecido. Cedo demais. Mas pelo que sei viveu a vida como aquilo que ela é, a única que temos. E fez muito bem.
9.1.10
O primeiro dia do resto das nossas vidas* 4 (é o último, agora vou ali ser um bocadinho mais feliz e já volto)
Ouçam bem cada palavra. Se quiserem o texto está aqui.
A única coisa que tenho a dizer é muito obrigado, Miguel!
*roubado à Ana Vidigal, do Jugular , e ao Eduardo Pitta, do Da Literatura.
8.1.10
O primeiro dia do resto das nossas vidas* 3
*roubado à Ana Vidigal, do Jugular , e ao Eduardo Pitta, do Da Literatura.
O primeiro dia do resto das nossas vidas* 2
O projecto de lei do Governo, que legaliza o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, foi aprovado na Assembleia da República com os votos a favor do PS, PCP, BE, PEV e de um deputado do PSD. A iniciativa popular de referendo foi rejeitada com os votos contra do PS, PCP, BE e PEV. Os projectos de lei do BE e PEV, que legalizam o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo e a adopção por casais formados por pessoas do mesmo sexo, foram rejeitados com os votos contra do PS, PSD, CDS-PP e a abstenção do PCP.
Vejam a cronologia feita pela Fernanda Câncio sobre os 36 anos de luta contra a discriminação dos homossexuais.
PS.: queres casar comigo?
*roubado à Ana Vidigal, do Jugular , e ao Eduardo Pitta, do Da Literatura.
O primeiro dia do resto das nossas vidas* 1
*roubado à Ana Vidigal, do Jugular , e ao Eduardo Pitta, do Da Literatura.